quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Wonderland

Eu ouvia seus sons e tentava seguir o seu ritmo. Nunca alcancei. Nunca soube os passos. Me imaginei péssima dançarina e você me conduzia do mesmo jeito. Me enganei. Você me conduzia direitinho, mas nunca fui péssima dançarina. Era a dança que estava errada. Muito errada. E sempre esteve. Depois de tudo que passou, agora eu vejo que estava tudo errado. Até os acertos. Para mim, e é isso que importa. Se está certo pra você e errado pra mim, tá errado. O contrário também. Mas você gosta assim. Então vá fingir que dança com outra pessoa essa coisa sem ritmo que você conduz. Me acostumei com você, por isso fingia que dançava também. Mesmo sabendo há bastante tempo que a gente já tinha parado de dançar. Ou melhor, acho que nunca dançamos. Levo daqui então tudo de bom de você. Mas levo embora comigo e não deixo nada meu. Não deixo porque você não quis nada de mim, apesar de querer tudo sem ter que retribuir. Quando a gente não retribui, as coisas vêm e voltam. E tudo de bom que eu te dei voltou. Mas não tem importância, agora tudo que eu tenho de bom, eu tenho em dobro. E tudo que eu achei que seria bonito com a gente, será lindo com alguém. Estou pulando fora da minha zona de conforto e caindo, igual Alice. Levo isso como algo bom, muito bom. Espero que tenha uma Wonderland quando eu parar de cair, mas isso não precisa ser agora. Só precisa ser. E vai. Só porque eu quero. Só consegui pensar nessa música enquanto escrevia isso.

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