terça-feira, 6 de maio de 2008

Ela o convidou, como quem não quer nada, como quem chama já esperando por um não, para ele levá-la até em casa. Só pela companhia, só para não ter que ir sozinha. Ela gostava de estar com ele, antes de mais nada. Ele era um bruto, era bem verdade, mas ela não se importava. Quem sabe ela até gostava disso. Mas foi sem esperanças que ela fez o convite. Porque toda a fantasia se desfaz quando ela está com ele. Nesse momento, só se prevalesse a verdade. A realidade.
O caminho foi longo, como de custume, mas a presença diferente o tornou mais prazeroso. Se foi prazeroso porque era ele, ela não sabe. Foi divertido.
Ele, o mesmo bruto carinhoso de sempre. Ela, a mesma... ela!
E foi numa hora inesperada que um beijo ele lhe pede. Como já o fez tantas e tantas vezes, mas dessa vez parecia diferente. Ela sabia que era diferente. Talvez ela soubesse desde que o convidou, mas não levou isso a sério. Como sempre.
Ela negou. Isso estava errado. Ele sabia disso. Ela sabia disso. Sem discussão. Mas um beijo roubado nunca é demais. E ela gosta, sempre gostou. Mas a única coisa que se passava em sua cabeça era o quanto isso estava errado. Não adianta, ele nao aprende nunca. E ela sabe que nao vai aprender. Ele parece com ela, ele não desiste!
E por mais que ela tenha xingado, brigado, ele não se cansa. É isso que ele quer, é isso que ela quer... por que não? Porque tá errado. Ela não cansa de repetir pra ela mesma.
E ela fica com raiva dele, por ele fazê-la ir contra os seus princípios. E o orgulho dela, onde fica? E o que acontece com todo aquele "nunca mais"? Ele desapareceu com eles, calou-os.
Mas, quando ele já estava indo embora, perto do "até breve" de todos os dias, um beijo ela rouba.
E ela vai embora sorrindo como a muito não fazia.

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