Louise,
segunda-feira, 8 de abril de 2013
Eu não consigo me odiar, eu não consigo esquecer, eu não consigo superar, eu não consigo ser feliz. Acho que eu deveria me odiar, ou pelo menos odiar a situação. Eu passei a minha vida odiando situações, e veja só, não melhorou nada. Só piorou. Fugir não adianta, continuar menos ainda. Odeio o gosto, o cheiro, essa neblina que só eu vejo. Minha vida está com essa neblina que fede jogando na minha cara que eu não sou boa o suficiente. Não sou boa o suficiente nem para ser que eu gostaria de ser, quanto mais superar as expectativas de outras pessoas. Que grande bosta.
Queria eu poder escrever sobre a beleza das coisas, queria eu poder escrever com sorrisos nas palavras. Mas essas palavras estão sujas como minha mente está. Imunda. Não. Aguento. Mais.
Mas vou continuar, exatamente por não aguentar mais. Tem que mudar, tem que clarear. Esse cheiro ruim de merda de vida não me pertence em nada. Meu corpo não é mais meu, minha vida está longe de ser minha. Não reconheço minha própria mãe e morro um pouco todo dia por isso. Morro um pouco cada segundo por isso. Não consigo parar de culpá-la porque não consigo ajudar, e não consigo entender também.
As palavras não doem tanto quanto o motivo delas serem ditas. Palavra é lixo perto de intenção. Mas machuca também, tudo tem machucado agora. Corta a garganta. Minha família nem existe mais e eu não aguento mais morrer por isso. Eu preciso viver e quero que elas vivam também. Acho que todos precisam de ajuda e eu não sei por onde começar. Eu não posso deixar de ser quem sou, mas quem eu ando sendo está me deixando infeliz. Acho que vem mais de mim.
Queria dizer que meu emprego me faz bem, mas só faz com que eu me sinta mais inútil. Vida amorosa só me faz ter vontade de rir da minha própria cara e eu não posso culpar ninguém por nada disso, ninguém além de mim mesma.
Que grande bosta.
Sumir não adianta em nada, tem que encarar. To perdendo as forças e me transformando em um grande poço de rancor. Preciso aprender a perdoar, mas isso só será feito depois que eu perdoar a mim mesma.
Tem muita coisa precisando mudar aqui dentro. Eu não sei por onde começar.
terça-feira, 10 de julho de 2012
Esperar. Esquecer. Andam uma do lado da outra, disputando qual das duas toma conta da cabeça. Do coração. Simples assim. Simples e trágico. Porque tanto esperar, como esquecer doem. Porque você pode pensar que não, mas esquecer algo ou alguém ocupa muito mais a sua cabeça do que simplesmente deixar existir.Deixar existir é tão fácil. Você só precisa deixar a pessoa lá, paradinha, linda e bela existindo. Só não dê uma de tentar esquecer. Não entre nessa burrada. Não faça isso com sua própria cabeça.
E o que dizer de esperar? Melhor nem dizer. Esperar fala por si...
Mas o que dói mais?
Dói mais é não saber. Não saber o que dói mais. Não saber o que escolher.
Dói mais não ter você.
terça-feira, 22 de maio de 2012
Sem nome.
"Você precisa fazer alguma coisa, as pessoas dizem. Qualquer coisa, por favor, as pessoas dizem. O que não dá é pra ficar assim. Nem que seja piorar, nem que seja enlouquecer. Olho o rosto das pessoas. Tem os ossos, dai tem a parte de dentro. Tem os olhos e tem o fundo dos olhos. Da boca saem esses sons. De repente alguém encosta em mim. Pra perguntar com o quentinho da mão se estou ouvindo e entendendo. Sorrio e torço pra pessoa ir embora. Torço pra alguém chegar, só pra torcer bem pouquinho por algo. Mas dai a pessoa começa a falar e torço pra pessoa ir embora. Não tem o que fazer, não tem o que dizer, não tem o que sentir. Sou uma ferida fechada. Sou uma hemorragia estancada. Tenho medo de deixar sair uma letra ou um som e, de repente, desmoronar.Quando toca uma música bonita, minha ironia assovia mais alto. Um assovio sem melodia. Um assovio mecânico mas cuidadoso, como tomar banho ou colocar meias. Outro dia tentei chorar. Outro dia tentei abraçar meu travesseiro. Não acontece nada. Eu não consigo sofrer porque sofrer seria menos do que isso que sinto. Tentei falar. Convidei uma amiga pra jantar e tentei falar. Fiquei rouca, enjoada, até que a voz foi embora. Tentei aceitar o abraço da minha amiga, mas minha mão não conseguiu tocar nas costas dela. Não consigo ficar triste porque ficar triste é menos do que eu estou. Não consigo aceitar nenhum tipo de amor porque nenhum tipo de amor me parece do tamanho do buraco que eu me tornei. Se alguém me abraçar ou me der as mãos, vai cair solitário do outro lado de mim.Se eu pudesse usar uma metáfora, diria que abriram a janela do meu peito e tudo de bom saiu voando. Eu carrego só uma jaula suja e escura agora. Se eu pudesse usar uma metáfora, eu diria que tiraram as rodinhas dos meus pés. Eu deslizava pelo mundo. Era macio existir. Agora eu piso seco no chão, como um robô que invadiu um planeta que já foi habitado por humanos. Mas eu não posso usar metáforas porque seria drama, seria dor, seria amor, seria poesia, seria uma tentativa de fazer algo. E tudo isso seria menos.Não briguei mais por você, porque ter você seria muito menos do que ter você. Não te liguei mais, porque ouvir sua voz nunca mais será como ouvir a sua voz. Não te escrevo porque nada mais tem o tamanho do que eu quero dizer. Nenhum sentimento chega perto do sentimento. Nenhum ódio ou saudade ou desespero é do tamanho do que eu sinto e que não tem nome. Não sei o nome porque isso que eu sinto agora chegou antes de eu saber o que é. Acabou antes do verbo. Ficou tudo no passado antes de ser qualquer coisa. Forço um pouco e penso que o nome é morte. Me sinto morta. Sinto o mundo morto. Mas se forço um pouco mais, tentando escrever o mais verdadeiramente possível, percebo que mesmo morte é muito pouco. Eu sem nome você. Eu sem nome nós. Eu sem nome o tempo todo. Eu sem nome profundamente. Eu sem nome pra sempre."
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Tem bastante tempo que eu não escrevo. Sinto-me bloqueada, em todos os aspectos. Agora estou assim, perdida, não sei por onde começar a me encontrar. Sinto-me perdida e presa em todo lugar que eu vou, mas sei que estou presa em mim. Perdida em mim. Dores e mais dores, pesadelos e crises de estresse não são, e nunca serão, suficientes para externar toda essa agonia. Na verdade, penso que nada seria suficiente. Penso que é o peso que tenho que carregar. Mas já não tenho forças para tanto peso. Sinto-me afundando, cada dia mais. Posso ouvir o meu corpo sucumbindo. Posso sentir o meu corpo cada vez mais longe. Distante de tudo que me cerca, gritando em silêncio por socorro, implorando por ajuda. Ninguém ouve, e ninguém vai ouvir. Cada um carrega o próprio peso, mas sinto o peso do mundo inteiro sobre mim. E a gravidade me puxando, invisivelmente, mas o barulho é enorme. Estoura meus timpanos, explode minha cabeça, mas o barulho que realmente sai e imperceptivel. Da vontade de gritar, mas gritar pra que? Gritar pra quem. E nem quero que alguém me ajude a carregar esse peso, ele é só meu. Não é justo dividir um peso assim. Ninguém aguenta, ninguém entende. Só me resta então esperar. Esperar ser engulida e mastigada de uma vez. E depois cuspida. Socorro!
sábado, 21 de janeiro de 2012
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Cansei de gente problemática. Não vim aqui pra consertar ninguém, não. Tenho os meus próprios problemas pra me preocupar. Não tenho mais paciência pra quem não sabe o que quer. Porque não é tão difícil saber. Não é tão difícil enxergar o que nos faz bem, o que nos faz feliz. E eu sei o que me faz feliz, e não é isso.
Obcecados por ex-namoradas, cansei de vocês, todos vocês. Não quero mais ter que mover um músculo pra aceitar o fato da pessoa ser esquisita. Deu defeito, eu não vou mais tentar consertar.
Deu defeito, vai pro lixo.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
As pessoas não entendem. Sim, estou dizendo algo bem óbvio mesmo. Então por que não param de achar que entendem? Que horas que eu pedi a sua opinião que eu não me lembro? Eu não quero ser rude, mas quem sabe de mim sou eu. Nem você, nem ele, podem me dizer como eu devo agir, se eu mereço algo ou não. São meus os sentimentos. Não tenho medo de sofrer. Não tenho medo de me magoar. E é por isso que eu insisto. Não tenho medo. Estou sentindo muitas coisas ao mesmo tempo, aquele sufoco que eu tanto conheço, mas medo... Não, medo não.
Eu já passei por isso. Quer dizer, isso sempre foi a minha vida. Eu até deveria ter me acostumado, mas não irei. E isso é bom, eu acho. Mas dessa vez é diferente. Eu sei que é, eu não estou nessa sozinha. Você está tão na merda quanto eu. Você quer isso tanto quanto eu. E por mais que eu ache que as coisas são simples, eu sei que não são. Sei que não é assim pra você, e respeito. Mas você não pode e nem vai me impedir de te querer. Eu sei que não vai porque você me quer também. Você me quer tão bem.
Paciência. Odeio essa palavra. Mas preciso dela mais do que nunca. E sei que as coisas vão dar certo, sei que se eu tiver paciência vai ficar tudo bem. Se eu me distrair... Ah, se eu pudesse. Ah se eu conseguisse alguma distração!! Preciso de alguma distração pro meu estômago não doer. É, ele voltou a doer. Eu sei o que isso significa. E sei que passa.
Você me beija dormindo. E isso é tudo que eu preciso saber agora.
Só vê se não demora. Tenho tanta coisa pra você.
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